Monday, October 13, 2008

Balanço de 2008

Em 2008, decidi pela primeira vez que dedicaria a maior parte do meu tempo livre às competições. Minha verdadeira paixão, o que me traz maior satisfação no vôo, é o cross-country livre, sem restrições de horários, balizas e resultados. Mas a competição não deixa de ser interessante porque ao voar com pilotos melhores, em condições idênticas, tem-se uma idéia mais clara das limitações individuais.

Voei em 7 competições neste ano, e duvido que isso se possa repetir, por questões de trabalho. Das 7 competições, duas foram etapas da Copa do Mundo (PWC). O PWC é sem nenhuma dúvida a competição mais importante no vôo-livre, porque recompensa a audácia e pune a mediocridade, ao contrário de outras competições, nas quais é possível ir bem usando somente tática e jogando de forma conservadora. É uma verdadeira escola poder medir a habilidade individual contra os melhores pilotos do mundo e os protótipos mais performáticos. Chega a ser frustrante, por vezes, mas acaba sendo gratificante.

Fecho setembro em 94 no ranking mundial http://civlrankings.fai.org/?a=326&ladder_id=3 , e é possível que suba algumas posições no ranking de outubro. Não que isto signifique muito, porque muitos pilotos melhores do que eu não competiram com a mesma regularidade, e as discussões sobre a elaboração de um ranking justo seguem, tanto na FAI como nos foros de discussão.

Não sei se terei as letras necessárias para voar a Copa do Mundo no ano que vem. Vai depender do peso que atribuirão a cada Aberto. Na Pré-Copa de Arcones fiquei em 18, o que é insuficiente. Talvez o quarto lugar no British Open possa me garantir uma vaga. Mas, com a mudança no formato do PWC a partir do ano que vem, muda tudo. Os quarto e sexto lugares nas etapas da Liga não contam - só o geral. Se tivesse feito toda a Liga Espanhola, acredito que teria conseguido letras para voar todas etapas do PWC, mas faltou tempo e vontade. Competir às vezes enche o saco e requer pausas. A mágica do vôo vai muito além...

A outra conseqüência da ênfase nas competições foi a de que quase não voei cross em 2008. É o que mais gosto de fazer, e não deixa de ser frustante ter perdido vários dias bons para voar sem fronteiras. Espero poder dedicar mais tempo ao XC no ano que vem. Fiquei em 21 no World XContest http://www.xcontest.org/2008/world/en/ranking-pg-open/ , mas poderia ter ido muito melhor se tivesse podido agregar só mais 4 vôos bons aos 2 de mais de 300 que fiz em Quixadá.

Agora é esperar o longo inverno e aproveitar para descansar.

Monday, October 06, 2008

Copa do Mundo - Castelo - Brasil


A última etapa da Copa do Mundo de Parapente ocorreu em Castelo, no interior do Espírito Santo. Foram 7 as provas realizadas, sendo duas com gols massivos. Mas a condição decepcionou mais uma vez, com provas de sobrevivência, por vezes excessivamente técnicas. O mérito dos que foram bem é incontestável. Os melhores do mundo voam bem em qualquer condição, e essa é a principal diferença entre eles e os demais. Mas depois de três campeonatos voados em Castelo (Brasileiro 2005, PWC 2006 e PWC 2008), chego à conclusão de que esse é um lugar no qual não vôo à vontade. Como treinamento para voar em condições fracas foi muito válido, mas estaria certamente mais contente tendo passado uma semana voando livre em Brasília.

Termina assim a temporada de competições em 2008 para mim, com um desalentador 69 lugar. Mesmo nos dias em que houve muitos pilotos no gol, fui incapaz de voar rápido pois a condição falhava e não inspirava confiança. O diálogo interno e a hesitação marcaram minhas decisões. Num dia, caí com 6km voados, simplesmente por não saber o que fazer.

Nada disso é pretexto para deixar de aprender a voar em condições difíceis. Só reflete minha paixão pelo vôo em condições fortes, tal qual aprendi em Brasília. Mas a Copa do Mundo, ao contrário do que se pensa, não é só "racing". Envolve muita técnica e paciência também.