Saturday, September 14, 2013

Rampa de Formosa tem novo recorde da Região Centro-Oeste (273 km)



Custou para cair o recorde do Sardinha, de 250,8 km (Jaraguá, 15/9/2007):  http://xcbrasil.com.br/leonardo/flight/3977

Em 2011, fiquei a 1,8 km do recorde: http://xcbrasil.com.br/leonardo/flight/41187

Em 2012, em um dos melhores dias do ano no Vale do Paranã, tive de pousar às 14h, com 150 km, em função de uma desidratação que quase me fez desmaiar em voo (resultado de uma bebedeira no dia anterior). Em outro dia clássico, em Jaraguá, saí com três linhas do freio cortadas.

Sem falar em uns quantos dias desperdiçados por pousos prematuros, crises de coluna, churrascos, etc.

Neste ano, sem possibilidade de tirar férias (pela primeira vez desde 2010, não fiz o Bivouac Goiás), vendo dias clássicos da janela do meu trabalho e voando em dias medianos nos finais de semana, comecei a entrar em modo de "inferno astral". Até que em 12/9, ao receber a notícia do recorde mineiro em Araxá, em meio à correria do trabalho, sem tempo sequer de olhar a previsão, pedi um dia de férias para evitar internamento na unidade psiquiátrica do Hospital de Base.

Rampa de Formosa

O Rodrigo Zatz já vinha chamando atenção para a rampa de Formosa há algum tempo, indicando a possibilidade de decolar mais cedo e a rota de leste desimpedida, ao contrário do Vale do Paranã, onde perdemos pelo menos uns 45 minutos para nos posicionarmos bem e é mais difícil sair cedo.

A rampa de Formosa é temida por muitos pilotos em função da "plantação" de dusts em frente à rampa na alta temporada e da saída mais baixa, por vezes exigente e turbulenta. O Vale do Paranã continuará sendo, por assim dizer, o "tour de force" da região, com seu paredão de 500 metros, o voo desafiante em vários aspectos, entre eles a Serra do Maranhão (e do Mucambo, mais a oeste) com pontos sem opção de resgate, a possibilidade de decolar com quase todos os quadrantes, o visual maravilhoso, e por aí vai. Mas a verdade seja dita - e sem querer entregar o ouro para o bandido, mas entregando: a rampa de Formosa, para voos de distância, é claramente superior, exceto talvez no quadrante E/NE (sob vento forte) que limita o voo a Brasília. Formação de nuvens mais cedo; janelas para sair com ventão; rota de E desembocando direto no Vale da Fercal, sem necessidade de voar de través, acesso fácil e churrasqueira na rampa :-)

Voo do recorde - sexta-feira, 13

Não tenho mais saco para longos relatos, mas só para reforçar a qualidade da rampa de Formosa: o dia do recorde, numa escala de 0 a 10, foi um 7. Vento bom, mas condição falhada e sem alinhamento. Fiquei no chão perto de Planaltina-GO e tive que enrolar em vários momentos do voo para não cair (Wil e Matinha caíram no km 100). O voo acabou rendendo bem no final.Teria sido possível fechar os 300 se eu tivesse catado uma última nuvem que se formou bem na distância, mas havia o risco de ir acelerado até ela, afundar muito, não achar nada e desperdiçar o planeio final no ventão. Como já havia batido na trave umas quantas vezes, preferi assegurar o recorde goiano.

O Binho rodou 1000 km no resgate. Esperando o carro no pouso, fui rendido pela polícia, chamada por vizinhos da fazenda onde pousei, que temiam que eu fosse bandido. Fizeram eu deitar no chão: "se fizer qualquer movimento, leva bala!" Mas correu tudo bem, me levaram para Itapuranga na viatura, onde encontrei Binho, Wil e Matinha, moídos de tanto rodar. Depois a cervejada de sempre. Alegria goiana!

O voo: http://xcbrasil.com.br/leonardo/flight/79309