A Superfinal acabou sendo uma decepção. Selecionado de última hora, renunciei a três semanas de férias no Brasil para ir a Poggio Bustone. Mas vôou-se muito pouco (4 provas de 11 possíveis, das quais uma foi parada e outra teve poucos pilotos no gol). E além disso, voei mal.
No primeiro dia, voei um dos protótipos do novo Edge. A vela insistia em desmontar quando acelerava. De modo que depois de tomar inúmeros "fronts", resolvi voar lento só para garantir o gol. Cheguei atrasado e devolvi o parapente de imediato, depois de chegar à conclusão que não sou piloto de teste. Compro produtos acabados.
Voltei a voar o Edge de série, que já equivalia a um parapente intermediário perto dos protótipos que estavam na competição. Mas não foi só isso - voei mal, fiz todos os "starts" da competição mal posicionado, tomei decisões equivocadas e faltou sorte também. Zerei uma prova por entrar em espaço aéreo restrito. Quase tudo estava dando errado. O fato de que estávamos voando pouco aumentou minha ansiedade porque me arrependi de não ter ido ao Brasil. As longuíssimas esperas na decolagem, os maus resultados, tudo se juntou e destruiu o aspecto psicólogico, que é o mais importante para ir bem numa competição.
Sequer esperei o final da competição para voltar à Espanha. A previsão de tempo ruim para os últimos dias foi o suficiente para me convencer a voltar correndo para Roma e entrar no primeiro avião para Madri. Ainda consegui voar uma linda prova da Liga Espanhola nos Pirineus, que salvou a semana.
Para completar a seqüência de desgostos, ao chegar a Madri fiquei sabendo que não poderia prorrogar minha permanência na Espanha. Adeus Europa e competições...
Estou tentando ver as mudanças com otimismo. Sempre tive uma relação de amor e ódio com as competições. O mais provável é que volte a Brasília, e sinto que já necessitava há algum tempo uma "volta ao cross livre". As experiências na Espanha e na Europa, entretanto, ficarão para sempre marcadas na minha memória.
